Gestão de riscos no agronegócio: o que é e como aplicar no seu negócio?

Imagem de destaque para artigo sobre gestão de risco no agronegócio publicado no Blog Assinei (Créditos: Shutterstock)

Na produção rural, é comum lidar com imprevistos como variações climáticas, oscilações de mercado, pragas e doenças. Diante disso, a gestão de riscos no agronegócio se tornou uma prática indispensável para o produtor que deseja manter a estabilidade e aumentar a rentabilidade do seu negócio.

Neste artigo, vamos explicar o que é gestão de riscos, por que ela é importante, seus benefícios e como aplicá-la de forma prática na sua propriedade.

Acompanhe a seguir!

O que é gestão de riscos no agronegócio?

A gestão de risco no agronegócio consiste em um conjunto de análises e estratégias que visam identificar, avaliar e controlar as incertezas que podem impactar negativamente as atividades agropecuárias.

Assim, ao gerenciar esses riscos, as empresas rurais podem minimizar perdas, garantir a continuidade dos negócios e alcançar seus objetivos de forma mais sustentável.

Por que a gestão de risco é essencial para o processo produtivo do agronegócio?

A gestão de risco é essencial para o processo produtivo porque permite identificar, avaliar e controlar as ameaças que podem afetar a produtividade agrícola.

Nesse sentido, o gerenciamento de riscos ajuda a prever problemas, minimizar perdas e otimizar recursos para garantir a sustentabilidade do negócio.

Entenda de que forma a gestão de risco impacta o processo produtivo:

Minimização de interrupções e paradas

A princípio, a gestão de risco permite que as empresas identifiquem potenciais problemas (falhas de equipamentos, falta de insumos, problemas climáticos, etc.) antes que eles ocorram.

Assim, ao antecipar e mitigar riscos, a probabilidade de paralisações na produção é drasticamente reduzida, evitando perdas de tempo, matéria-prima e produto final.

Como resultado, o gestor consegue garantir que o fluxo de produção seja o mais ininterrupto possível, mesmo diante de adversidades.

Otimização da eficiência e produtividade

Por meio da análise de riscos, é possível direcionar recursos (financeiros, humanos e tecnológicos) para as áreas de maior vulnerabilidade, evitando desperdícios e maximizando o retorno sobre o investimento.

Além disso, ao identificar gargalos e pontos fracos na cadeia produtiva, a gestão de risco impulsiona a revisão e a otimização dos processos, tornando-os mais enxutos e eficientes.

Dessa forma, é possível evitar gastos emergenciais, multas, retrabalho e descarte de produtos, impactando diretamente a linha de custo.

Tomada de decisão assertiva

As análises sobre a probabilidade e o impacto dos riscos permitem que os gestores tomem decisões mais embasadas e estratégicas. Assim, eles conseguem desenvolver planos de contingência, preparando a equipe para agir rapidamente em caso de imprevistos.

Aumento da qualidade

Muitos riscos operacionais afetam diretamente a qualidade do produto. No entanto, a gestão de risco ajuda a implementar controles para garantir que o padrão de qualidade seja mantido.

Segurança

Em processos produtivos, especialmente no agronegócio, com máquinas e atividades de campo, a gestão de risco operacional é fundamental para identificar e mitigar perigos. Assim, é possível garantir a segurança dos colaboradores e reduzir acidentes de trabalho.

Ademais, ao aplicá-la no negócio rural, o gestor garante que a empresa esteja em conformidade com as normas de segurança e regulamentações do setor, evitando multas e problemas legais.

Geração de valor e competitividade

Uma empresa com boa gestão de riscos é mais resiliente a imprevistos, o que aumenta sua capacidade de se manter no mercado e prosperar em tempos difíceis.

Outra grande vantagem é a melhora da reputação. Afinal, o gerenciamento de riscos demonstra responsabilidade e profissionalismo, o que ajuda a atrair investidores, parceiros e clientes.

Quais são os principais riscos do agronegócio?

Em síntese, os principais riscos no agronegócio incluem riscos climáticos, de mercado, financeiros, operacionais e legais. Esses riscos podem afetar a produção, a rentabilidade e a sustentabilidade do setor.

Confira a seguir!

Riscos climáticos e ambientais

Os riscos climáticos e ambientais são os mais conhecidos e impactantes, visto que a produção rural é altamente dependente das condições climáticas. Entenda:

  • Secas e chuvas excessivas: podem comprometer o desenvolvimento das culturas ou causar inundações e erosão;
  • Geada e granizo: danificam ou destroem plantações;
  • Alterações climáticas de longo prazo: exigem adaptação contínua.

Riscos de mercado

Os riscos de mercado referem-se às flutuações e incertezas do ambiente de mercado, que podem impactar a rentabilidade dos produtores rurais.

  • Volatilidade dos preços de commodities: os preços de grãos, carnes e outros produtos agrícolas podem variar drasticamente devido à oferta e demanda global, impactando a receita;
  • Variação nos custos de insumos: preços de fertilizantes, defensivos, sementes e combustíveis podem aumentar inesperadamente;
  • Flutuações cambiais: produtores que exportam ou importam insumos podem ser impactos com oscilações cambiais;
  • Mudanças nas preferências do consumidor: podem afetar a demanda por determinados produtos.

Riscos financeiros

Os riscos financeiros estão ligados à dificuldade de controlar custos, endividamento e acesso ao crédito.

  • Inadimplência de crédito: atraso ou não pagamento de empréstimos ou financiamentos;
  • Taxas de juros: aumento das taxas pode encarecer o crédito e os custos de produção;
  • Liquidez: dificuldade em transformar ativos em dinheiro rapidamente;
  • Acesso a crédito: dificuldade em obter financiamento para investimentos ou custeio.

Riscos operacionais

Em geral, relacionam-se à gestão interna da propriedade rural e aos processos de produção:

  • Pragas e doenças: infestações em lavouras e rebanhos podem causar grandes perdas;
  • Falhas de maquinário: equipamentos quebrados podem atrasar o plantio ou a colheita;
  • Problemas logísticos: dificuldades no transporte, armazenamento e escoamento da produção;
  • Mão de obra: falta de mão de obra qualificada ou acidentes de trabalho;
  • Desperdício na produção: perdas durante o plantio, colheita, transporte e armazenamento.

Riscos legais e regulatórios

Os riscos legais e regulatórios envolvem o cumprimento de leis e regulamentações.

  • Mudanças na legislação ambiental: novas regras podem exigir adaptação ou investimentos adicionais;
  • Regulamentações sanitárias: impactam a produção e comercialização de alimentos;
  • Questões fundiárias e trabalhistas: ocorrem por conta de disputas de terras ou problemas com as leis trabalhistas.
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Como funciona a gestão de riscos no agronegócio?

A gestão de risco no agronegócio é um processo contínuo que envolve as seguintes etapas:

Identificação e avaliação de riscos

A primeira etapa consiste em identificar os riscos que podem afetar a produção, como:

  • Riscos climáticos (secas, chuvas intensas, geadas, etc);
  • Riscos de mercado (variações de preços e competição);
  • Riscos operacionais (falhas de equipamentos e problemas de infraestrutura);
  • Riscos financeiros (variação de câmbio e crédito).

Algumas ferramentas que podem ser utilizadas são:

  • Entrevistas;
  • Técnica Delphi;
  • Análise de causa-raiz;
  • Análise SWOT;
  • Aplicativo de gestão rural.

Após identificar os riscos, é importante avaliar a probabilidade de ocorrência de cada um deles e o impacto que teriam na empresa.

Estratégias de gerenciamento

Com base na avaliação, a empresa deve desenvolver estratégias para controlar os riscos identificados. Isso pode incluir:

  • Adoção de práticas de produção mais sustentáveis;
  • Diversificação de culturas;
  • Contratação de seguro agrícola;
  • Negociação de contratos com fornecedores e clientes;
  • Implementação de sistemas de gestão de qualidade.

No caso da diversificação de culturas, por exemplo, uma estratégia que pode ser aplicada é plantar diferentes tipos de culturas para não depender de uma única fonte de renda. Essa prática ajuda a reduzir a vulnerabilidade a pragas agrícolas, doenças ou flutuações de mercado.

Já a contratação de um seguro rural, por sua vez, proporciona proteção financeira em caso de perdas devido a eventos climáticos ou outros riscos.

Monitoramento de riscos contínuo

Por fim, é fundamental realizar o monitoramento contínuo, a fim de acompanhar a eficácia das estratégias implementadas e ajustar os planos conforme novas informações ou mudanças no cenário.

Para monitorar, o gestor pode:

  • Definir métricas para acompanhar a saúde financeira, produtiva e operacional do negócio;
  • Avaliar o cenário de riscos no setor agrícola, discutir novos riscos emergentes e ajustar as estratégias conforme necessário;
  • Após a ocorrência de um risco, analisar o que funcionou e o que não funcionou nas estratégias de mitigação para aprimorar o plano futuro.

Quais são os benefícios da gestão de riscos no agronegócio?

A implementação de uma gestão de risco robusta traz inúmeros benefícios para o produtor rural e para toda a cadeia do agronegócio.

Confira:

  • Diminui o impacto financeiro de eventos adversos;
  • Promove a segurança da receita e a capacidade de investimento;
  • Fornece informações mais claras e embasadas para escolhas estratégicas e operacionais;
  • Permite que o produtor se adapte melhor às mudanças do mercado e do ambiente;
  • Facilita o acesso a financiamentos com melhores condições;
  • Garante a continuidade das operações a longo prazo, mesmo diante de cenários desafiadores;
  • Ajuda a alocar recursos de forma mais eficiente, evitando desperdícios.

Quais são os desafios na gestão de riscos no agronegócio?

Apesar de seus benefícios, a gestão de risco no agronegócio enfrenta desafios específicos:

  • Natureza imprevisível: muitos riscos, especialmente os climáticos, são difíceis de prever com precisão e controlar;
  • Alto custo de ferramentas: algumas tecnologias no agronegócio podem ter um custo elevado, especialmente para pequenos e médios produtores;
  • Falta de dados e informações: em algumas regiões ou para certas culturas, pode haver escassez de dados históricos confiáveis para uma análise de risco agrícola eficaz;
  • Cultura de gestão: nem todos os produtores têm a cultura de planejar e gerenciar riscos proativamente;
  • Complexidade da cadeia: a interdependência entre os elos da cadeia do agronegócio (produção, logística, indústria e varejo) adiciona camadas de complexidade aos riscos.

Apesar desses desafios, a profissionalização e a disponibilidade de tecnologias e serviços tornam a gestão de risco uma prática cada vez mais acessível e indispensável para o sucesso das empresas rurais.

Conclusão

Como vimos, ao adotar a gestão de riscos no agronegócio, as empresas conseguem identificar os principais riscos da atividade, adotar estratégias para minimizá-los e tomar decisões mais seguras, planejadas e eficientes.

Por meio dela, é possível reduzir perdas e fortalecer o negócio rural ao longo do tempo. Afinal, mais do que evitar prejuízos, a gestão de riscos agrícolas é uma aliada para quem quer crescer com segurança no campo.

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